No século II a.C., os chineses, que procuram fazer alianças diplomáticas contra os nômades de Xiongnu, passam a explorar as terras situadas no oeste do seu Império. É assim que o embaixador Zhang Qian empreende duas viagens que o levam até a Bactriana e a Fergana, das quais leva produtos desconhecidos dos chineses (entre eles, a alfaia e a vinha). Aos poucos, relações diplomáticas e comerciais são organizadas com os povos da Ásia Central, do Médio Oriente e, indiretamente, com o Império romano. Ao longo dos oásis da Ásia Central, as caravanas de mercadores indo-citas, sogdianos, partas e sírios fazem prosperar um vasto comércio internacional, no centro do qual figura a seda chinesa, símbolo de riqueza e de luxo, mas também símbolo de mistério (os chineses guardam segredo sobre seu método de fabricação), que tem alta demanda. Paga em ouro pelos romanos, a seda é particularmente apreciada pelas mulheres que a utilizam para suas vestimentas. Plínio menciona também que o melhor ferro é aquele dos seres (nome dado aos chineses). Por seu lado, seus intermediários levam aos chineses pérolas de vidro, tecidos de lã, cavalos, forragens. A potência da dinastia Han garante a estabilidade desse comércio, embora seja perigoso. A rota da seda (a expressão data do século XIX) é também local de intensas trocas culturais e religiosas: é por meio dela que o budismo penetra na China nos primeiros séculos depois de Cristo, e, bem mais tarde, nos séculos XIII-XIV, Marco Polo pisará o solo do Império sino-mongol de Kublay Khan.
Copo de vidro do século I. Tesouro de Begram
SALLES, Catherine (dir.). Larousse das Civilizações Antigas. São Paulo: Larousse, 2008. p. 252.
Nenhum comentário:
Postar um comentário