Todos homens. Mas era uma mulher, Manuela Cañizares, quem os recrutava e os reunia para conspirar na casa dela.
Retrato de Manuela Cañizares. Antonio Andrade
Na noite de 9 de agosto de 1809, os homens passaram horas e horas discutindo, e sim, e não, e quem sabe?, e não se decidiam a proclamar, de uma vez por todas, a independência do Equador. E uma vez mais estavam adiando a questão para outra ocasião mais propícia, quando Manuela os encarou e gritou covardes medrosos, nascidos para servir. E ao amanhecer do dia, abriu-se a porta do novo tempo.
Outra Manuela, Manuela Espejo, também precursora da independência americana, foi a primeira jornalista do Equador. E como esse era um ofício impróprio para as damas, publicava com pseudônimo seus audazes artigos contra a mentalidade servil que humilhava a sua terra.
Retrato de Manuela Sáenz. Autor desconhecido.
E outra Manuela, Manuela Sáenz, ganhou fama perpétua por ser amante de Simón Bolívar, mas além disso ela foi ela: a mulher que combateu contra o poder colonial e contra o poder macho e seus puritanismos hipócritas.
GALEANO, Eduardo. Os filhos dos dias. Porto Alegre: L&PM, 2012. p. 256.
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