"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos se lembram de nós.
Quando nos vemos, os vemos.
Quando nos vamos, se vão?"
Eduardo Galeano: Espelhos

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Povos das estepes: os citas

Arqueiro cita. Cerâmica grega, ca. 530-520 a.C., Oltos

Durante milênios, grupos nômades e seminômades viveram nas estepes - terras de vegetação gramínea que se estendiam da Europa oriental até a China. A história do povo das estepes foi influenciada pelas condições geográficas da terra, e suas migrações geraram conflitos com inúmeras potências, desde os romanos, no Ocidente, até os partos, os sassânidas e o Império Mauria, na Índia.

Batalha entre os citas e os eslavos, Viktor Vasnetsov

Os citas. Ásia central, séc. VI a.C. - séc. II d.C.

Mencionados pela primeira vez em fontes históricas no séc. VI a.C, os citas parecem ter migrado da Ásia central para o sul da Rússia aproximadamente nessa época. Seus guerreiros lutavam com arcos, flechas e machados, quase sempre a cavalo. Usavam barretes de feltro e, a não ser por alguns membros da aristocracia, portavam pouca ou nenhuma proteção como armadura.

Os citas possuíram extensos territórios em diferentes períodos, mas é difícil localizá-los, dada a tendência dos autores gregos e latinos a se referirem indiscriminadamente aos grupos das estepes como "citas". Um grupo, os "citas reais", controlava uma área no sul da Rússia, onde a descoberta em túmulos de estonteantes tesouros em artefatos de ouro indica uma cultura bem desenvolvida.

No séc. II d.C., os citas encontravam-se marginalizados pelos sármatas - povo falante de iraniano recém-chegado -, que, por sua vez, foram derrotados pelos hunos no séc. IV d.C.

Os citas deixaram uma grande quantidade de montes de terra funerários em forma de pirâmides, conhecidos como kurgans, no sul das estepes russas, principalmente em Pazyryk. Ali eram enterrados corpos mumificados de governantes juntamente com os de seus cavalos e muitas oferendas em ouro.

PARKER, Philip. Guia ilustrado Zahar: história mundial. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. p. 144.

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