Monumento "Tortura nunca mais", do arquiteto piauiense Demétrius Albuquerque Recife, Pernambuco.
“A massa sustenta a marca
A marca sustenta a mídia.
A mídia controla a massa”.
(George Orwell)
[Este post é dedicado a todos os que tombaram, sofreram perseguições, foram presos, torturados e exilados e jamais desistiram de lutar pelo Estado Democrático de Direito]
March 15, 2015. Brazilia, capital
do Brazil, com z. Verde e amarelo. Ou, se preferirem, “green and yellow”.
Cartazes escritos em inglês com os dizeres “We want military intervention
now!”, “Brazilian Army. Please help us! We need military intervention!” – e até
cartaz em francês (“Libertè, Egualitè, Fraternitè e fora PT”) e outras
insanidades: “Prefiro lavar privada em Miami a passar fome em Cuba!”, “A nossa
bandeira jamais será vermelha”, “SOS aposentado: sem dinheiro, sem saúde, sem
tesão. Fora corrupção”. Clube militar avisa: “onipresente vigilância”. Faixas
com a suástica nazista. Carecas do ABC. Quem dera fossem apenas do ABC.
Bandeiras dos USA que nos USAM. Selfies. Faixas pedindo a prisão de Karl Marx (falecido
há mais de um século!). Faixas pedindo o exílio das ideias do pensador Paulo
Freire. Cadeia para isso. Cadeia para aquilo. Senhoras reeeditando a “Marcha da
Família com Deus pela Liberdade”. Tradição, família e propriedade.
Fundamentalistas religiosos guiando seus fiéis dizimistas. Retórica moralista.
Globo, Veja, Folha... instigando e destilando todo seu veneno golpista.
“Carnival” da Globeleza. Barbárie e selvageria. Um show de bizarrices. Mentes
insanas. “Nem esquerda”, “nem direita”, “meu partido é o Brazil”!!! São Paulo,
Avenida Paulista, idem idem idem. Rio de Janeiro, Orla de Copacabana idem idem
idem. Praças e avenidas centrais das capitais brazileiras, idem idem idem.
Cidades de porte médio. Cidades de porte pequeno. Idem idem idem. Ódio. Ódio ao
pobre. Ódio ao nordestino. Ódio ao gay.
Ódio ao outro. Intoleráveis intolerâncias. Aos olhos dos estrangeiros não
passamos de bárbaros. A pregação da ditadura militar precisa ser criminalizada.
E o Brazil se diz cristão. Desse cristianismo não bebo. “Pai afasta de mim esse
cálice”. Amém!
Orides Maurer Junior é historiador e autor dos blogs "História e Sociedade" e "Private Life".
Nenhum comentário:
Postar um comentário