O cerco (defesa do pátio da Igreja durante a Guerra dos Trinta Anos), Karl Friedrich Lessing
A Guerra dos Trinta Anos foi um
dos mais terríveis conflitos de toda a História. Milhões de pessoas morreram ou
ficaram para sempre doentes. Por toda a Europa, a guerra tornou ainda mais
difícil a vida dos pobres: suas plantações foram destruídas, suas casas e
aldeias arrasadas, seus bens saqueados.
Soldados saqueando uma fazenda durante a Guerra dos Trinta Anos, Sebastian Vrancx
Os soldados não tinham nenhum
interesse nacional, lutavam por aqueles que lhes pagavam melhor e não hesitavam
em mudar de lado, dependendo da oportunidade.
Paisagem com um assalto, Sebastian Vrancx
O pagamento dos exércitos era
irregular e não havia administração para organizar o abastecimento dos
combatentes. As tropas, portanto, viviam à custa da população da área que
ocupavam, e não havia muita diferença quando se tratava de seu próprio país ou
do inimigo: os soldados saqueavam o que podiam.
Uma paisagem com viajantes emboscados do lado de fora da cidade, Sebastian Vrancx
Os camponeses fugiam para as
florestas, carregando seus animais e tudo o que conseguiam levar. Na volta,
encontravam apenas casas queimadas e colheitas incendiadas. Sem sementes para
refazer as lavouras e com a produção desorganizada pela ocupação militar,
trabalhavam longos anos para refazer sua vida. As aldeias se despovoavam, os
sobreviventes morriam de fome, os campos transformavam-se em matagais. Aldeias
inteiras foram apagadas do mapa. Em algumas regiões, foi necessário um século
para recuperar as áreas devastadas.
Soldados emboscam uma carroça e passageiros, Sebastian Vrancx
Quando as tropas se dispersavam e
a indisciplina arriscava comprometer a união do exército, os oficiais
procuravam os desertores e saqueadores e os enforcavam às dezenas, para servir
de exemplo.
Uma cena da Guerra dos Trinta Anos, Ernest Crofts
Enfim, quando chegou a época de
assinar o tratado de paz, os príncipes negociaram, trocaram territórios,
impuseram seu poder e domínio sem nenhuma consulta, com o mais profundo
desrespeito aos direitos do povo.
DUPÂQUIER, Jacques; LACHIVER, Marcel. Les
temps modernes. Paris: Bordas, 1971. p. 104.
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